Apagão: “Situação é grave, inédita e inesperada”, diz premiê de Portugal
O primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, afirmou que o “apagão generalizado na rede nacional elétrica” teve origem fora do território português, “muito provavelmente na Espanha”.
“Constituímos um gabinete de crise no Governo para fazer frente a uma situação que ainda é grave, inédita e inesperada”, destacou Montenegro, que falava à imprensa na residência oficial em Lisboa, no final do Conselho de Ministros.
O governante explicou que a prioridade foi “responder às situações mais críticas”, começando pelos hospitais e em “ajudar as pessoas mais afetadas”.
“Isolamos toda a rede elétrica nacional das interligações internacionais, que no nosso caso são exclusivamente com Espanha. Acionamos todos os procedimentos para reativar os geradores nacionais, para restabelecer o fornecimento da eletricidade. No plano operacional concentramos a operação no sistema de crise do Sistema de Segurança Interna”, explicou o primeiro-ministro.
As Forças Armadas, a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde e o INEM (serviços de emergências) formaram também “gabinetes de crise para um acompanhamento permanente e em articulação com o Governo”.
O Conselho de Ministros, passou o dia reunido de “forma permanente, em modo de gestão de crise”. “Estive em contato permanente com o Presidente da República e tive ocasião de falar com o maior partido da oposição, a presidente da Comissão Europeia, o presidente do Conselho Europeu e o governo espanhol. Mantivemos também contato permnente com a REN, que é responsável por garantir o transporte da eletricidade nacional”, revelou.
Energia foi garantida em “serviços essenciais e entidades críticas”
Montenegro esclareceu que o fato de o Conselho de Ministros ter decretado “situação de crise energética” possibilitou que, “durante todo o dia” fosse fornecida energia em “serviços essenciais e entidades críticas e prioritárias na área da saúde, órgãos de soberania, órgaos de comunicação social, grande distribuição alimentar e o sistema de pagamentos eletrônicos”.
O Governo deu indicações aos distribuídores de combusível para que fosse garantido o “fornecimento aos serviços críticos”, para que pudessem manter atividade.
“Indicamos à REN os serviços prioritários, como os hospitais. Procedemos à evacuação dos passageiros presos nos transportes de Lisboa e Porto”, informou Montenegro.
ANAC autorizou “todos os voos noturnos”
A Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) autorizou, a pedido do Governo, “todos os voos noturnos” com o objetivo de “assegurar uma rápida recuperação dos atrasos”.
“O Governo, em articulação com ANA – Aeroportos de Portugal, está tentando assegurar o apoio necessário à alimentação e necessidades mais urgentes dos passageiros no Aeroporto de Lisboa”, assegurou o primeiro-ministro.
Escolas poderão reabrir terça-feira “se não houver mais perturbações”
As escolas poderão reabrir na terça-feira “se não houver nenhuma perturbação no processo de reabastecimento” de energia, depois do apagão desta segunda-feira.
“Não vemos razão para que não possam abrir amanhã em uma situação de normalidade se não houver nenhuma perturbação neste processo de reabastecimento”, afirmou Luís Montenegro.
O primeiro-ministro disse também esperar que na terça-feira seja retomada a normalidade na distribuição de bens essenciais, medicamentos ou combustível, apelando aos portugueses para moderarem os consumos ao necessário.
“Apesar de todas as adversidades, os serviços essenciais mantiveram-se em funcionamento e o Estado mostrou capacidade de resposta. O abastecimento está sendo reposto gradualmente. Em algumas regiões do país a eletricidade já foi restabelecida, sendo esperado o restabelecimento total nas próximas horas“, prevê.
No entanto, o primeiro-ministro avisa que a “demora na retoma pode ser superior em Portugal em comparação ao que está sendo na Espanha”.
“Espanha tem a possibilidade de ter interligações com outros países e Portugal só está ligado a Espanha”, esclareceu.
Por fim, Montenegro destacou a “compreensão, serenidade e sentido cívico” demonstrada pelos portugueses durante esta situação de “crise energética”.
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Fonte: Noticias ao Minuto Read More